O Banco Central aumentou a estimativa da inflação para 2023 e já antecipa uma possibilidade de estouro da meta.
Em um cenário onde a pressão sobre os custos sobe à medida em que a inflação corre em disparada, as organizações se questionam sobre como se manterem dentro do planejamento orçamentário.
Nesse contexto, os departamentos jurídicos têm um importantíssimo papel de atuarem como parceiros na construção de soluções alinhadas com o futuro do negócio.
Como já exposto no artigo escrito pelo head de inovação do Chenut, Bruno Mafra, “o posicionamento dos setores jurídicos tem mudado, deixando de lado a imagem de ‘cemitério de ideias e projetos’, para atuarem em conjunto com as áreas operacionais“.
Se o valor dos insumos e o fluxo de oferta-demanda não podem ser controlados pelo jurídico, outros pontos essenciais e que impactam diretamente na saúde financeira das organizações podem ser otimizados através de medidas implementadas pelos departamentos jurídicos e de legal ops.
Abaixo pontuamos algumas situações vivenciadas em nossa rotina e que demonstram que o combo inovação + tecnologia + inteligência jurídica pode impactar custos e reduzir despesas nas organizações:
1. Tempo é dinheiro
E o valor acrescido à uma tarefa eleva os custos operacionais dos Departamentos.
Incorporar inteligência artificial para reduzir o tempo despendido em demandas repetitivas ou excessivamente operacionais colaboram com a otimização de fluxos internos e na redução de despesas.
Podemos citar como exemplo os chatbots jurídicos, os quais compilam as principais dificuldades trazidas pelas áreas operacionais e esclarecem de forma ágil dúvidas e geram impacto positivo na condução dos negócios.
As informações compartilhadas pelo bot são automatizadas de forma criteriosa, respeitando a legislação vigente e políticas internas, além de conduzir as respostas até determinado grau de risco, quando então a questão é remetida para uma avaliação mais completa do departamento jurídico.
2. Dedicar tempo ao que importa
Quanto do contingenciamento processual poderia ser evitado?
Muitas vezes, especialmente nas contingências cíveis e trabalhistas, a maior parte dos litígios estão atrelados à poucas causas raízes.
Quando os departamentos jurídicos têm uma visão clara dos pontos mais críticos e relevantes é possível adotar medidas que impactarão em savings relevantes para as companhias.
Um relatório automatizado, consistente e gerado preferenciado no formato de B.I. disponibiliza dados em tempo real dados para a tomada de decisão e permite a visualização dos pontos críticos para uma rápida intervenção.
3. Mapeie seus riscos
Evitar riscos que possam impactar no custo do negócio é essencial.
Nesse sentido as corporações têm se engajado cada vez mais em treinamentos envolvendo temas importantes, tais como: assédio moral e sexual, boas práticas de compliance, compliance na contratação com órgãos públicos, proteção de dados e incidentes de segurança.
Contudo, basta um único episódio de vazamento de dados, por exemplo, para acarretar um impacto financeiro imprevisto — sem mencionar as questões de imagem e criminais.
Portanto, é necessário mapear os pontos não absorvidos nos treinamentos para que sejam reforçados e, o mais importante, prezar pela plena absorção do conteúdo e da conduta a ser seguida.
A gamificação dos treinamentos é uma inovação que agrega consideravelmente o mapeamento dos pontos de risco referente a determinado tema. Através da interação da pessoa testada com o game, é possível fazer simulações de situações reais em um ambiente fictício para inferir os gaps do treinamento e desenhar estratégias para melhoria da comunicação sob determinados pontos sem que para isso a empresa precise passar por um incidente real.
Carolina Barros Pires é colaboradora do Chenut Oliveira Santiago — Sociedade de Advogados.