Em entrevistas, Zanin defendeu estado de Direito e advocacia

Cristiano Zanin, aprovado pelo Senado na quarta-feira (21/6) para assumir o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, deu diversas entrevistas à revista eletrônica Consultor Jurídica sobre sua atuação nos últimos anos. 

Zanin foi aprovado como novo ministro do Supremo Tribunal Federal

Pedro França/Agência Senado

Na última delas, dada em dezembro de 2020, ele falou em primeira mão sobre a operação de busca e apreensão em seu escritório ordenada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, com base em uma delação premiada. Outros 50 mandados contra advogados e escritórios em vários estados foram autorizados por Bretas, em um dos maiores ataques à advocacia brasileira. 

Na ocasião, Zanin disse à ConJur que as buscas tinham como objetivo intimidar e acovardar a advocacia. 

“O principal alvo [da operação] foi o estado democrático de direito. O que aconteceu hoje foi um dos maiores ataques à advocacia que tivemos notícia em nosso país. Não é a primeira vez que a ‘lava jato’ tenta nos intimidar e fazer com que deixemos a defesa do ex-presidente Lula. A ‘lava jato’ não gosta do exercício da garantia constitucional do direito de defesa”, afirmou na ocasião. 

A delação que desencadeou a operação foi feita por Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio do Rio, que foi preso duas vezes e tentava negociar um acordo com o Ministério Público desde 2018. 

“O uso de delatores como instrumento para alcançar alvos pré-determinados é uma metodologia que a ‘lava jato’ se utiliza desde o começo da operação. Já denunciei isso inúmeras vezes e provei que essa metodologia é espúria, mas é a receita da ‘lava jato'”, disse Zanin à ConJur

Veja a entrevista na íntegra, dada por Zanin no dia da operação de busca:

Zanin já havia abordado o tema em outra entrevista à ConJur, de 2019, quando destacou que o “modelo de processo baseado em delações impede o verdadeiro combate à corrupção”. Na conversa, o advogado comentou o lançamento do livro Lawfare: uma introdução, que ele escreveu ao lado de Valeska Teixeira Martins e Rafael Valim.

Já em entrevista dada em 2016, o advogado falou da atuação dos procuradores da “lava jato” contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de como muitas das acusações surgiam primeiro na imprensa e depois eram reaproveitadas para basear ações. 

“Há ataques das mais variadas formas. Há invenções sobre propriedades que ele não tem, há afirmações de que ele será vítima de uma delação que não ocorreu. Parte da imprensa sempre tenta colocá-lo dentro de uma situação na qual aparente que ele praticou algum ato irregular. E sempre sem lastro algum ou com base em ilações completamente descabidas”, disse em 2016. 

Consultor Júridico

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