O Knesset, parlamento de Israel, aprovou nesta quinta-feira (23/3) uma lei que reduz as chances de deposição de um primeiro-ministro em exercício. Dessa forma, quem ocupa o cargo só poderá ser afastado caso ele mesmo ou três quartos de seus ministros abram uma petição nesse sentido. E isso só deve ocorrer em razão de problemas de saúde (físicos ou mentais).
Caso o premiê não esteja disposto a ser destituído, mesmo que temporariamente, seriam necessários os votos de três quartos dos ministros de gabinete e uma maioria de 80 parlamentares para fazê-lo. Na prática, a lei tira o poder de remoção das mãos do procurador-geral e da Suprema Corte, e o coloca nas mãos do Parlamento. A lei foi aprovada por 67 votos contra 47.
A medida faz parte de um pacote de projetos de lei defendido pelo governo em proposta de uma reforma judicial. O conjunto é visto por críticos e opositores do governo israelense como uma forma de proteger o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que enfrenta um julgamento por corrupção e fraude. Ele é o primeiro premiê do país a comparecer ao tribunal como réu.
No momento, uma petição está na Suprema Corte de Israel para declarar Netanyahu impróprio para o cargo. Ele nega as irregularidades.
A reforma judicial de extrema-direita vem provocando uma série de protestos em Israel. Há meses, milhares de israelenses saem às ruas para se posicionar contra a reforma.