Mark Zuckerberg, da Meta, revelou nesta quarta-feira (25) um protótipo de óculos de realidade aumentada chamado Orion.
Durante uma apresentação na conferência anual Connect da Meta, Zuckerberg disse que os óculos eram os “mais avançados” do mundo, marcando a “culminação de décadas de invenções revolucionárias e quase um dos desafios mais difíceis já vistos nas indústrias de tecnologia“.
Com displays holográficos, os óculos podem sobrepor conteúdo 2D e 3D ao mundo real e usar IA (inteligência artificial) para analisar seu conteúdo e oferecer “proativamente” sugestões aos usuários na tela, disse a Meta. As ações da empresa subiram mais de 2% após o anúncio.
O protótipo estará disponível apenas para uso interno e para alguns desenvolvedores trabalharem. Para estar pronto para os consumidores, Zuckerberg admitiu que os óculos precisavam ser “menores”, “mais elegantes”, com uma tela mais nítida e mais acessíveis, acrescentando que a empresa tem “uma linha de visão para todas essas coisas”.
Um vídeo da Meta exibindo a tecnologia Orion contou com elogios de várias estrelas do Vale do Silício, incluindo Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia, e Steve Huffman, CEO do Reddit.
A Meta comprou em 2014 a fabricante de headsets de realidade virtual Oculus e continua a desenvolver headsets de realidade virtual totalmente imersivos sob a marca Quest. A empresa ainda disse que está planejando construir óculos de realidade aumentada há cinco anos.
A corrida para construir óculos inteligentes está esquentando. Evan Spiegel, da Snap, uma rival menor da Meta, revelou sua última versão de óculos de realidade aumentada na semana passada. Meta e Snap esperam contornar o sistema operacional da Apple apostando que óculos imersivos um dia substituirão smartphones.
Empresas de tecnologia têm tentado desenvolver dispositivos de realidade aumentada há anos, como os agora descontinuados Google Glasses, mas não conseguiram entusiasmar os consumidores.
Zuckerberg destacou as capacidades de IA do Orion e disse que o rápido desenvolvimento de grandes modelos de linguagem, incluindo o modelo Llama, levou a “uma nova categoria de dispositivos centrados em IA”. Além de ter Meta AI e rastreamento de mãos embutidos, o CEO disse que os óculos Orion usarão pulseiras para captar sinais do corpo, incluindo do cérebro, em uma interface neural.
A Meta já investiu recursos significativos em eletromiografia, uma técnica que usa sensores para traduzir sinais de nervos motores que viajam em comandos digitais que podem controlar um dispositivo. O EMG tem sido usado em pesquisas recentes para tentar traduzir como o cérebro envia sinais às mãos para realizar ações, como digitar e deslizar.
Em 2019, a Meta adquiriu a CTRL-labs, uma startup dos Estados Unidos que desenvolve tecnologia para permitir que as pessoas controlem dispositivos eletrônicos com o cérebro, por cerca de US$ 1 bilhão.
A empresa também lançou nesta quarta novas atualizações de produtos impulsionadas por melhorias na IA generativa. Isso incluiu a última mudança em seu modelo de linguagem, Llama 3.2, seu “primeiro grande modelo de visão” que pode entender gráficos, tabelas e documentos.
Zuckerberg disse ainda que seu chatbot Meta AI, que usa o Llama, estava “a caminho de ser o assistente de IA mais usado” com 500 milhões de usuários ativos mensais.
A Meta também anunciou uma versão atualizada dos óculos inteligentes Ray-Ban, que não possuem displays de realidade aumenta. A partir de agora, eles permitem que os usuários analisem fotos ou vídeos em tempo real com uma interface de voz que usa IA.
Recursos adicionais incluem definir lembretes, como lembrar uma vaga de estacionamento, chamar números de documentos, escanear códigos QR e traduzir conversas ao vivo em diferentes idiomas.