MCTI defende uso responsável e inclusivo da IA em evento do BNDES — Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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Em debate sobre os rumos da inteligência artificial no país, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participou nesta terça-feira (1º) do seminário “Governança e Estratégias Públicas em Inteligência Artificial”, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro (RJ). O secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI, Henrique Miguel, representou a pasta no debate, destacando os avanços do Programa Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) e os investimentos estruturantes para o setor.

Henrique Miguel ressaltou os cinco eixos do plano nacional de IA, que reúne ações voltadas à infraestrutura, formação, regulação e à soberania tecnológica. Segundo ele, o país já iniciou a implementação de 31% das ações previstas.

“O plano abrange um conjunto de eixos e de ações que já foram aqui até mencionadas pela ministra. São cinco eixos e há uma previsão de investimentos, no período de 2025 a 2029, de R$ 23 bilhões. Uma parte significativa desses recursos advém do FNDCT, outra do setor privado e também das agências de fomento e investimentos públicos”, explicou.

Falando da importância de ampliar a infraestrutura nacional para IA, o secretário defende o uso responsável da tecnologia para impulsionar a formação de profissionais qualificados em todos os níveis. “Esses aspectos precisam estar operando e atuando rapidamente para que o desenvolvimento dessas tecnologias seja utilizado. O acesso a supercomputadores, ferramentas de desenvolvimento e redes de cooperação é extremamente complexo e caro, e demanda um conjunto de ações do Estado em parceria com o setor público e privado”, afirmou.

Além do MCTI, o painel contou com a participação do secretário de Governo Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Rogério Mascarenhas, que detalhou os esforços da pasta para uso da inteligência artificial na melhoria dos serviços públicos. Segundo ele, o Brasil tem avançado no uso de IA em órgãos federais, com mais de 40 instituições fazendo uso intensivo da tecnologia. “Hoje temos cerca de 117 iniciativas já implementadas na questão de IA. É um processo para aumentar a maturidade, dar ao servidor público a capacidade de entender as necessidades, os riscos envolvidos e as soluções possíveis”, detalhou.

Representando o BNDES, o diretor José Luiz Gordon destacou o papel do banco no fomento ao setor produtivo e na mobilização de investimentos para infraestrutura, inovação e transição verde. Segundo ele, a inteligência artificial precisa estar vinculada a uma estratégia industrial sólida. “O que a gente tem visto agora no governo do presidente Lula são ações estruturantes para colocar o Brasil na agenda de inteligência artificial de forma consistente”, disse.

Gordon destacou que o BNDES já investiu R$ 1,7 bilhão em IA, por meio de crédito e participações, e que o banco pretende canalizar parte dos R$ 10 bilhões anunciados recentemente para iniciativas do setor. “Estamos sinalizando que podemos apoiar diretamente empresas com recursos voltados à IA, podendo chegar a até R$ 5 bilhões em investimentos alavancados”, pontuou.

Durante o evento, também foram discutidos temas como infraestrutura de dados, conectividade, capacitação, regulação e desenvolvimento de modelos fundacionais. Henrique Miguel reforçou que a governança do plano brasileiro de IA será fortalecida por meio de um grupo de trabalho já instalado no âmbito do Comitê Interministerial para a Transformação Digital.

“A incorporação do plano ao Programa de Investimentos do FNDCT ocorreu na reunião do Conselho Diretor do fundo, em maio. Hoje, temos ações entregues, outras em andamento, e várias com início previsto para o segundo semestre. Estamos trabalhando para que esse plano seja continuamente revisado e adaptado ao avanço tecnológico”, concluiu o secretário.

O painel ainda teve participação da secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad; e do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

O seminário “Governança e Estratégias Públicas em Inteligência Artificial”, antecede a 17ª Cúpula de Líderes do BRICS. A programação do seminário apresenta quatro painéis nos quais são discutidos temas como governança, políticas públicas, infraestrutura sustentável e perspectivas do uso da inteligência artificial no Brasil e no mundo. O evento tem transmissão no canal do YouTube do BNDES.

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