Passageiros da China foram pegos de surpresa nos últimos dias quando chegaram aos aeroportos e foram informados que não poderiam levar certas baterias portáteis a bordo de seus voos.
O órgão regulador de aviação do país implementou uma proibição emergencial de alguns dos chamados power banks em voos. A proibição, que entrou em vigor no sábado (28) após apenas dois dias de aviso prévio, ocorreu quando o regulador alertou sobre os crescentes riscos para a indústria da aviação provenientes das baterias, milhões das quais foram recentemente recolhidas.
Companhias aéreas e governos em todo o mundo intensificaram as regras sobre o uso dos dispositivos em voos neste ano. Mas enquanto outras companhias aéreas emitiram principalmente diretrizes sobre o uso e armazenamento dos produtos durante o voo, a ordem da China proíbe completamente os passageiros de levar algumas baterias a bordo de aviões.
A mudança causou confusão e consternação entre os passageiros, com alguns reclamando que foram forçados a descartar suas baterias portáteis, um acessório cada vez mais comum, durante suas viagens.
O aviso da proibição, emitido pela Administração de Aviação Civil da China na quinta-feira, declarou que baterias portáteis que não estivessem claramente marcadas como tendo uma certificação de segurança chinesa não seriam permitidas em voos. Baterias que passaram por recall também foram proibidas.
A autoridade de aviação disse que as baterias representavam um risco à segurança, citando recentes recalls dos dispositivos por fabricantes e episódios de baterias portáteis pegando fogo a bordo de aviões.
O regulador de mercado da China também suspendeu ou revogou as certificações de vários fabricantes de baterias portáteis e células de bateria, disse a autoridade de aviação.
Esses fatores “demonstram que as baterias portáteis transportadas por viajantes contêm perigos ocultos de segurança e qualidade, e os riscos que representam para a operação segura da aviação civil continuam a crescer”, disse o aviso.
Folha Mercado
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Nas últimas semanas, duas grandes empresas chinesas de baterias recolheram milhões de power banks na China e nos Estados Unidos, citando problemas com células de bateria de íon-lítio fabricadas por terceiros.
Em junho, a Anker, uma das maiores fabricantes mundiais de baterias, emitiu um recall para mais de 1 milhão de power banks vendidos nos Estados Unidos porque disse que a bateria de íon-lítio deles poderia representar um risco de incêndio.
No final daquele mês, a empresa recolheu sete modelos na China, totalizando cerca de 700 mil baterias, de acordo com a mídia local.
A Anker então emitiu um recall voluntário global para outros cinco modelos, dizendo que havia identificado um problema potencial com células de bateria de íon-lítio fornecidas por um terceiro, que não foi nomeado.
A Romoss, outra fabricante chinesa de baterias, em junho recolheu três modelos de baterias, totalizando quase 500 mil produtos, devido a um problema com as células de bateria.
Mesmo antes dos recalls, várias companhias aéreas na Ásia haviam alterado suas regras sobre baterias portáteis após um incêndio destruir um avião da Air Busan na pista na Coreia do Sul em janeiro. Não há uma ligação definitiva entre baterias portáteis e esse incêndio, e uma investigação está em andamento.