A Alphabet, a empresa controladora do Google que é pioneira em veículos autônomos e computação quântica, está fazendo sua maior aposta para o futuro em um negócio conhecido: a busca online.
A aplicação da inteligência artificial ao negócio de busca, que tornou o Google um nome conhecido mundialmente, continua sendo a maior aposta da empresa, disse Ruth Porat, presidente e diretora de investimentos da Alphabet, na conferência Reuters NEXT, em Nova York, na terça-feira (10).
“Estamos encontrando as pessoas onde elas querem estar em seguida”, disse Porat, em uma entrevista com a editora-chefe da Reuters, Alessandra Galloni.
A Alphabet, que obtém grande parte de sua receita anual de mais de US$ 300 bilhões (R$ 1,8 trilhão) com publicidade relacionada ao mecanismo de busca, tem injetado visões gerais elaboradas por IA em consultas sem resposta óbvia, em um exemplo de seus esforços.
A medida foi tomada após a concorrência da OpenAI, fabricante do ChatGPT, e exigiu que o Google navegasse em um terreno complicado, no qual a IA às vezes inventa informações no que é chamado de “alucinações”.
A pesquisa continuará evoluindo, disse Porat, que anteriormente foi diretora financeira do Google e da Alphabet. O Google Cloud é outro investimento importante, disse ela.
Folha Mercado
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Diagnosticada duas vezes com câncer de mama, Porat também destacou os inúmeros esforços da Alphabet para melhorar a saúde das pessoas.
Ela citou o pioneirismo do “AlphaFold”, um sistema de IA que prevê as dobras das proteínas que a empresa está aplicando na descoberta de medicamentos por meio de sua divisão Isomorphic Labs. Ela disse que a IA pode garantir a visão de pessoas em risco de perdê-la e liberar os profissionais da área médica de suas telas para que possam se concentrar no atendimento.
“Ela pode restaurar a humanidade na relação médico-paciente”, disse a executiva, citando as expectativas de seu próprio médico.
Questionada se o custo dos investimentos da Alphabet em IA seguiria as tendências altíssimas do setor, Porat disse que a tecnologia representa uma “oportunidade geracional”. A empresa está no caminho de gastar US$ 50 bilhões (R$ 301,6 bilhões) em chips, data centers e outras despesas de capital em 2024, disse a corporação a analistas.
Mas a Alphabet baseará suas apostas em resultados.
“Precisamos gerar um retorno”, disse ela.