O YouTube criará um processo para restaurar as contas de criadores de conteúdo cujos perfis foram banidos nos últimos anos suspeitos de desinformação sobre a Covid-19 e a eleição de 2020 nos Estados Unidos.
A plataforma de streaming revelou seus planos de restabelecer as contas dos criadores nesta terça-feira (23), em uma carta enviada ao Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos EUA.
A mudança ocorre no momento em que o YouTube começa a flexibilizar suas regras de moderação de conteúdo, aumentando o limite para o que pode ser considerado ofensivo e modificando normas sobre desinformação relacionada ao coronavírus.
A carta foi enviada pela Alphabet, empresa-mãe do YouTube, em resposta a uma longa investigação conduzida por republicanos sobre se as empresas de tecnologia restringiram a liberdade de expressão em suas plataformas a pedido do governo do ex-presidente Joe Biden.
Isso fez parte de um ataque mais amplo dos republicanos, que também incluiu um processo contra o governo Biden por supostamente cercear a liberdade de expressão online.
Folha Mercado
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Na carta, a Alphabet afirmou que a plataforma de streaming havia sofrido pressão do governo Biden para remover conteúdos que não violavam suas próprias políticas. Disse ainda que essa pressão governamental para controlar a fala era “inaceitável e errada” e que a empresa “consistentemente resistiu a esses esforços com base na defesa da liberdade de expressão”.
“A empresa tem um compromisso com a liberdade de expressão”, disse Daniel Donovan, advogado do escritório King & Spaulding que escreveu a carta para a Alphabet. “Esse compromisso é inabalável e não cederá a pressões políticas.”
Um porta-voz do Google, Jose Castaneda, referiu-se à carta e recusou-se a comentar. A carta foi noticiada anteriormente pela Fox News.
O YouTube, que tem mais de 2 bilhões de usuários em todo o mundo, afirmou em sua carta que “valoriza as vozes conservadoras em sua plataforma e reconhece que esses criadores têm grande alcance e desempenham um papel importante no debate cívico”.
A plataforma falou sobre a pressão do governo para controlar discursos em um momento em que democratas e alguns republicanos acusavam o governo de Donald Trump de pressionar empresas de mídia a restringirem falas na televisão.
Na semana passada, o presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr, ameaçou a ABC devido a comentários feitos pelo apresentador Jimmy Kimmel sobre o ativista de direita Charlie Kirk. A emissora suspendeu o programa “Jimmy Kimmel Live!” poucas horas depois, mas o retomou na noite desta terça-feira.