IA: Chineses driblam atos de Trump com treino no exterior – 27/11/2025 – Tec

As principais empresas chinesas estão treinando seus modelos de inteligência artificial em outros países para ter acesso aos chips da Nvidia que tem maior capacidade e contornar as medidas dos EUA que impediram a compra desses equipamentos por companhias da China para impedir o desenvolvimento da tecnologia.

Alibaba e ByteDance, dona do TikTok, estão entre os grupos que adotaram essa prática em seus mais recentes treinos de modelos de linguagem em data centers em todo o Sudeste Asiático, segundo duas pessoas com conhecimento direto do assunto.

Essas pessoas disseram que houve um aumento constante no treinamento em locais fora da China depois que a administração Trump decidiu, em abril, restringir as vendas do H20, os semicondutores da Nvidia que são negociados para a China.

Um operador de data center que mora em Singapura disse que a escolha é óbvia porque os programadores precisam ter acesso aos melhores chips para treinar modelos mais avançados.

No último ano, os modelos Qwen da Alibaba e Doubao da ByteDance tornaram-se alguns dos LLMs de melhor desempenho em todo o mundo. O Qwen também foi amplamente adotado fora da China por desenvolvedores, pois é um modelo “aberto” e gratuito.

As centrais de data centers cresceram rapidamente em Singapura e na Malásia, impulsionados pela demanda chinesa. Muitos desses data centers estão equipados com produtos Nvidia de alta qualidade, semelhantes aos usados pelos grandes grupos de tecnologia dos EUA para treinar LLMs.

De acordo com pessoas familiarizadas com a prática, as empresas chinesas normalmente assinam um contrato de locação para usar data centers no exterior, que são de propriedade e operados por entidades não chinesas. Isso se enquadra nos controles de exportação dos EUA, já que a “regra de difusão” da era Biden, projetada para fechar essa brecha, foi descartada por Donald Trump no início deste ano.

Uma exceção é a DeepSeek, fabricante de modelos de IA de alta qualidade e baixo custo, que está sendo treinada domesticamente, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

A empresa construiu um cluster considerável de chips da Nvidia antes que as proibições de exportação dos EUA entrassem em vigor, de acordo com pessoas ouvidas pela reportagem.

Além disso, a DeepSeek vem trabalhando em estreita colaboração com fabricantes de chips domésticos liderados pela Huawei, para otimizar e desenvolver a próxima geração de chips de IA chineses, segundo essas pessoas.

A Huawei tem uma equipe de engenheiros instalada na sede da DeepSeek em Hangzhou. A empresa vê sua parceria com a desenvolvedora de IA como um esforço estratégico para avançar seus sistemas de semicondutores e software para serem adotados no treinamento de IA em todo o país.

O treinamento de LLMs requer uma enorme quantidade de poder computacional para processar um grande número de dados, levando a maioria dos grupos chineses a preferir os produtos avançados da Nvidia para a tarefa.

Essas empresas estão, no entanto, recorrendo cada vez mais a chips chineses fabricados localmente para “inferência”, quando os sistemas de IA respondem à solicitação de um usuário e que representam uma parcela crescente das cargas de trabalho gerais de IA.

Além do treinamento, as empresas de tecnologia chinesas também usam data centers do Sudeste Asiático para atender seus clientes no exterior, à medida que Alibaba e ByteDance buscam aumentar sua participação no mercado global de computação em nuvem. As empresas chinesas também estão expandindo o acesso a centros de dados em outras regiões, como o Oriente Médio.

Uma restrição é que os gigantes da tecnologia chineses não têm permissão para transferir dados privados para fora do país. Isso significa que, para personalizar um modelo de IA com base em dados específicos fornecidos por um cliente local, o treinamento precisa permanecer na China, de acordo com os especialistas do setor.

Alibaba, ByteDance, DeepSeek e Huawei não responderam aos pedidos de comentários. A Nvidia recusou-se a comentar.

Consultor Júridico

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