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A história sempre é contada pelos vencedores. Ou, no caso da trajetória dos games e dos computadores pessoais, pelos grandes fundadores —personagens como Steve Jobs e Bill Gates, mentes por trás do sucesso da Apple e da Microsoft, respectivamente.
Para contar a história sob um ponto de vista brasileiro, o jornalista Henrique Sampaio teve de mergulhar na trajetória de empresas bem menos famosas globalmente, como a Brasoft. A companhia, brasileira, ajudou a popularizar os PCs no país com softwares adaptados ao mercado local.
A apuração se transformou no podcast “Primeiro Contato“, lançado em 2021. Em maio deste ano, Sampaio lançou o livro homônimo, sua obra de estreia e adaptação do programa em áudio. O material foi lançado na gamescom latam, feira realizada entre abril e maio em São Paulo.
“Primeiro Contato” evoca a nostalgia dos leitores ao reconstruir a trajetória da introdução dos computadores e dos videogames no Brasil entre os anos 1980 e 2000. Revela a história pouco conhecida de brasileiros que criaram uma indústria à margem dos grandes centros tecnológicos, como Estados Unidos e Japão. E desvenda conflitos políticos e econômicos que moldaram a indústria nacional.
O leitor também descobre bastidores das primeiras dublagens de jogos em português, as guerras entre revistas que distribuíam discos repletos de versões de demonstrações e o nascimento da indústria brasileira de games, marcada por atrasos tecnológicos.
O trabalho de Sampaio começou em meados de 2020. “Escrevi um texto sobre a Roberta Williams [designer de jogos e criadora do game ‘Mystery House’] e sua importância nesse meio tão masculino”, relembra. A partir desse artigo, começou a refletir sobre a história brasileira no segmento.
“Se a gente consegue fazer isso com a história dos games nos EUA, conseguimos fazer isso no Brasil. Por que não fomos protagonistas? Ninguém está contando essa narrativa. Todos já contaram a história dos ‘founding fathers’ [pais fundadores]”, afirma.
Na época, Sampaio viu nos podcasts uma mídia acessível para o trabalho, especialmente em um formato investigativo, inspirado em outros sucessos, como o “Projeto Humanos“, de Ivan Mizanzuk.
O jornalista conta que tinha medo de a narrativa ser direcionada a um nicho de público, mas a recepção dos ouvintes o surpreendeu. “Minha surpresa foi que muitas pessoas, assim como eu, tiveram um primeiro contato com computadores nessa época, nos anos 1980 e 1990. Elas encontraram no podcast uma janela para essa memória”, diz.
No século passado, as condições para ter acesso à internet em casa eram escassas. Para ter um computador, era preciso “se deslocar até uma loja, comprar a máquina, transportar uma caixa grande”, afirma Sampaio. E muitos brasileiros viam nas revistas da época manuais sobre o que fazer online. “Isso era um ritual.”
Transformar em livro o conteúdo fruto de mais de 50 entrevistas era uma demanda dos ouvintes. “Eles queriam ter esse conteúdo em versão ‘premium’. Ali, consegui trabalhar em uma bibliografia. O livro é muito mais adequado para pesquisadores e acabou fazendo sentido”, diz.
Um dos seus desafios, conta, foi revisar todos os roteiros que embasam o podcast. Caçar cada informação, que antes estava em áudio, e encontrar a fonte dela. Um trabalho minucioso de checagem e expansão do material. Outra barreira a ser superada foi aprender a linguagem utilizada na literatura.
A nova mídia permitiu que Sampaio trabalhasse com imagens de época. Além disso, o jornalista conta que pôde trazer uma abordagem de gênero à pesquisa. “A personagem mais importante do meu livro é a Cristina Zuccolo, que foi diretora da Brasoft. Ela foi responsável por encher as prateleiras dos mercados com jogos e produtos, e muito provavelmente ninguém havia mencionado o nome dela [na história], além de outras mulheres que foram invisibilizadas.”
Ao analisar o cenário brasileiro de games e de tecnologia, Sampaio afirma que a situação atual é um reflexo do passado. “Nossos atrasos tecnológicos não são só porque ‘brasileiro não investe em tecnologia’. Claro, isso aconteceu em uma época de hiperinflação e redemocratização… Mas muito disso se deu por interferências estrangeiras, uma proteção de mercado que não beneficiava o Brasil”, afirma.
Play
dica de game, novo ou antigo, para você testar
Alone in the Dark (2024)
(PC, PlayStation 5, Xbox Series X/S)
Remake do game clássico de horror e sobrevivência de 1992, “Alone in the Dark” chegou ao catálogo de jogos da PlayStation Plus em junho. Emily Hartwood recruta o detetive particular Edward Carnby para ajudar na busca por seu tio desaparecido, o que os leva à Mansão Derceto, lar para doentes mentais no sul gótico dos EUA. Na nova versão, Hartwood é interpretada pela atriz Jodie Comer, de “Killing Eve”, e Carnby é encarnado por David Harbour, de “Stranger Things”.
Update
novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa
- A Bungie adiou indefinidamente “Martathon”, seu próximo jogo multiplayer. O game tinha lançamento previsto para 23 de setembro, mas vinha enfrentando alguns contratempos, incluindo uma acusação de plágio. Em nota, a desenvolvedora afirmou que o adiamento é resultado do feedback dos jogadores na fase alfa de testes.
- A Nintendo está banindo consoles Switch 2 em que foram inseridos cartuchos MIG Switch, muito utilizado para rodar games piratas no Switch. Segundo o site Kotaku, a empresa não está inutilizando os consoles, mas impedindo os aparelhos de acessar a internet.
- A Xbox anunciou uma nova parceria com a fabricante de processadores e placas de vídeo AMD para o desenvolvimento de chips para sua próxima geração de consoles. Em comunicado, a presidente do Xbox, Sarah Bond, indica que esses aparelhos serão baseados no Windows e funcionarão tanto na TV quanto de forma portátil.
- A chinesa Tencent estaria considerando fazer uma proposta pela publisher coreana Nexon, conhecida pela série “MapleStory” e pelo multiplayer “The Finals”, afirmou a Bloomberg. O negócio foi duramente criticado por representantes da indústria coreana de games, que citaram inclusive riscos para a segurança nacional, e negado pela Tencent.
- A plataforma Nexus Mods está mudando de mãos. Robin Scott, fundador do maior site de distribuição de modificações de jogos, disse em postagem que está passando o controle da plataforma para um novo grupo, mas deu poucos detalhes sobre os novos donos. Ele afirmou também que continuará envolvido na plataforma.
- A Epic Games lançou um novo modo “battle-royale” para o jogo “Fortnite”. Chamado de Blitz Royale, o modo coloca até 32 jogadores para se enfrentarem em um mapa reduzido, com partidas que podem durar menos de cinco minutos. Pensada para dispositivos móveis, a novidade pode ser acessada em todas as plataformas até 15 de julho.
- A desenvolvedora do popular jogo de realidade virtual “Beat Saber” anunciou que deixou de fazer atualizações na versão do game para PlayStation 4 e 5. Além disso, os modos multiplayer online serão desabilitados em 21 de janeiro. Segundo a empresa, que pertence à Meta, as versões para dispositivos da empresa e para PC continuarão sendo atualizadas.
- Cerca de 3.000 consoles Switch 2 foram furtados de um caminhão no estado americano de Colorado. Segundo o site Kotaku, o motorista do veículo notou a ausência dos aparelhos em um posto de gasolina na cidade de Bennet, depois de fazer uma inspeção ao perceber que o baú do caminhão havia sido arrombado.
Download
games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena
25.jun
“I Am Your Beast” (PS 5, Xbox X/S)
“Marvel Mystic Mayhem” (Android, iOS)
“Once Upon A Puppet” (Switch)
26.jun
“Death Stranding 2: On The Beach” (PS 5)
“Front Mission 3: Remake” (Switch)
“Persona 5: The Phantom X” (Android, iOS, PC)
“Ruffy and the Riverside” (PC, PS 5, Xbox X/S, Switch)
“System Shock 2: 25th Anniversary Remaster” (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)
27.jun
“Tamagotchi Plaza” (Switch 1/2)
“Until Then” (Switch)
1º.jul
“Mecha Break” (PC, Xbox X/S)