Uma startup britânica instalou o primeiro computador quântico da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, em um data center no bairro Manhattan.
A Oxford Quantum Circuits colocou o sistema em um data center operado pela Digital Realty Trust, localizado no prédio do Google em Chelsea, oferecendo a tecnologia aos clientes do local como uma forma de executar programas de inteligência artificial mais rápido e de maneira mais eficiente.
O CEO da Oxford Quantum, Gerald Mullally, recusou-se em entrevista a revelar os custos exatos do computador, mas estimou que a empresa gastará dezenas de milhões de dólares ao longo de três a cinco anos, em parte para comprar chips da Nvidia que serão integrados ao sistema.
A instalação do sistema deve ser anunciada junto com uma série de parcerias e investimentos entre EUA e Reino Unido nesta semana, durante a visita do presidente Donald Trump ao primeiro-ministro Keir Starmer.
Por sua vez, a Bloomberg informou mais cedo que os líderes da OpenAI (criadora do ChatGPT) e da Nvidia também planejam anunciar apoio a investimentos bilionários em data centers no Reino Unido como parte da viagem de Trump.
Folha Mercado
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Os investimentos em computação quântica se aceleraram nos últimos meses, com líderes do setor prevendo avanços tecnológicos antes do esperado. O CEO da Nvidia, Jensen Huang, em particular, tem se mostrado cada vez mais otimista em relação ao tema, afirmando que a tecnologia —cara e complexa de desenvolver, mas com potencial de melhorar drasticamente os tempos de processamento— está chegando a um ponto de inflexão. Só nas últimas duas semanas, a Nvidia apoiou as startups de computação quântica PsiQuantum e Quantinuum.
Computadores tradicionais armazenam informações em chamados bits, representados por 0 ou 1. Já os computadores quânticos usam qubits, que podem ser representados como 0, 1 ou uma mistura dos dois, permitindo considerar múltiplas possibilidades ao mesmo tempo e resolver problemas com os quais sistemas convencionais têm dificuldade. No entanto, os qubits são notoriamente frágeis e sujeitos a erros, e algumas das principais tecnologias exigem ambientes super-resfriados e silenciosos.
Mullally descreveu o sistema em Manhattan como “um dos computadores quânticos mais poderosos do mundo, porque consegue executar milhares de operações quânticas antes que o erro se sobreponha”.
Algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo vêm tentando há anos desenvolver computadores quânticos chamados de tolerantes a falhas. A IBM, que possui um data center quântico em Poughkeepsie, Nova York, tem como meta desenvolver um computador de grande escala até 2029.
Segundo Mullally, a Oxford Quantum pretende continuar investindo no computador em Manhattan e atualizá-lo para uma versão mais poderosa até 2028. A empresa também já instalou computadores quânticos em data centers em Tóquio, capital do Japão, e Reading, no Reino Unido.
O lançamento do computador da Oxford Quantum com chips Nvidia está perto de ser concluído, de acordo com a empresa. Alguns clientes selecionados devem ter acesso ao sistema ainda este ano, com disponibilidade comercial total prevista para 2026.
Com assistência de Liana Baker