TikTok: aplicativo nos EUA usará algoritmo chinês – 16/09/2025 – Tec

Pequim afirmou que a subsidiária do TikTok nos Estados Unidosque será vendida a investidores americanos em um acordo articulado pelo presidente Donald Trump— usará o algoritmo chinês da ByteDance, sua controladora.

Wang Jingtao, vice-chefe do poderoso órgão regulador de cibersegurança da China, disse a jornalistas na noite de segunda-feira (15) que autoridades americanas e chinesas chegaram a um acordo preliminar que inclui “a concessão de licença do algoritmo e de outros direitos de propriedade intelectual”.

Ele acrescentou que a ByteDance iria “confiar a operação dos dados de usuários americanos do TikTok e da segurança de conteúdo”, sem dar mais detalhes.

Trump, que deve finalizar o acordo quando falar com o presidente chinês Xi Jinping na sexta-feira (19), estendeu novamente o prazo para que o aplicativo americano seja alienado de seu proprietário chinês.

O presidente dos EUA emitiu nesta terça um decreto adiando a data para meados de dezembro —permitindo tempo para negociar e implementar um acordo para maior controle americano do aplicativo.

O algoritmo de recomendação do TikTok está no centro da disputa geopolítica sobre o aplicativo de vídeos curtos desde o primeiro governo Trump, quando Pequim anunciou controles de exportação sobre algoritmos para impedir uma venda forçada do app.

A inteligência artificial que sustenta o algoritmo é responsável pela capacidade do TikTok de oferecer vídeos viciantes e personalizados, mas também gera preocupações entre defensores da segurança nacional, que temem que ele possa ser manipulado para promover propaganda chinesa ou conteúdos polarizadores.

Autoridades americanas têm insistido que qualquer acordo deve garantir que o algoritmo de recomendação do TikTok seja totalmente separado da ByteDance, alertando que a cooperação contínua poderia permitir que Pequim mantivesse influência sobre o conteúdo visto por americanos.

Ainda não está claro até que ponto a controladora chinesa do TikTok manteria controle sobre o algoritmo nos EUA como parte de um acordo de licenciamento.

Um investidor da ByteDance baseado na Ásia disse que a nova entidade americana do TikTok usaria ao menos parte do algoritmo chinês, mas seria treinada nos EUA com dados de usuários americanos. “A linha vermelha de Pequim é um acordo de licenciamento”, afirmou o investidor. “A China quer ser vista como exportadora de tecnologia para os EUA e o mundo.”

“É o típico acordo Taco“, disse um conselheiro americano próximo às negociações, referindo-se ao acrônimo em inglês para “Trump always chickens out” (“Trump sempre recua”). “Depois de tudo isso, a China fica com o algoritmo.”

Autoridades americanas e chinesas chegaram a um acordo preliminar na segunda-feira, após dois dias de conversas em Madri, para viabilizar a permanência do aplicativo nos EUA.

O governo Trump interveio diversas vezes para manter o TikTok disponível, apesar da lei americana que obrigava a ByteDance a se desfazer das operações do app de compartilhamento de vídeos no país ou enfrentar um banimento nacional.

Os dois principais negociadores comerciais da China, o vice-primeiro-ministro He Lifeng e o vice-ministro do Comércio Li Chenggang, indicaram que Pequim aprovaria a exportação do algoritmo do TikTok.

Separadamente, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse a jornalistas que o aplicativo desmembrado seria controlado por investidores americanos, mas manteria algumas “características chinesas”, segundo a Reuters.

Outra fonte próxima ao assunto afirmou que o TikTok vinha desenvolvendo um aplicativo independente para os EUA, antecipando um acordo, mas buscava garantir que conteúdos gerados por usuários americanos ainda pudessem ser vistos no app do “resto do mundo” —e vice-versa.

Antes de um prazo estabelecido em abril, a Casa Branca estava perto de um acordo que teria transformado o TikTok nos EUA em uma nova empresa com novos investimentos, diluindo potencialmente a participação de investidores chineses.

Pelos termos dessa proposta, investidores como Andreessen Horowitz e Blackstone ficariam com cerca de metade do negócio nos EUA, enquanto grandes investidores já existentes, como General Atlantic, Susquehanna e KKR, deteriam aproximadamente 30% da nova entidade.

Como parte do acordo, a Oracle —que já armazena os dados pessoais de usuários americanos em seus servidores nos EUA— teria uma pequena participação na nova empresa e seria responsável pela segurança dos dados do aplicativo.

Não está claro se os termos gerais do acordo atual seguirão a proposta de abril. No entanto, espera-se que novos investidores se juntem ao consórcio, segundo fontes próximas, já que alguns, como a Blackstone, desistiram.

Alguns analistas afirmam que o algoritmo precisa ser totalmente operado pela entidade americana para atender às exigências da lei do “desinvestimento ou banimento”, assinada pelo então presidente Joe Biden no ano passado. Isso excluiria a possibilidade de um acordo de licenciamento com a ByteDance.

Mas a lei permite que o presidente dos EUA determine se a ByteDance se desfez completamente do TikTok, dando a Trump o poder de aprovar o acordo.

Consultor Júridico

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