UE mira Apple, Google e Microsoft por fraudes financeiras – 23/09/2025 – Mercado

A UE (União Europeia) está prestes a investigar se Apple, Google e Microsoft estão falhando em policiar adequadamente golpes na internet, enquanto intensifica os esforços para fiscalizar como as grandes empresas de tecnologia operam online.

A chefe de tecnologia da UE, Henna Virkkunen, disse ao Financial Times nesta terça-feira (23) que os reguladores do bloco enviariam solicitações formais de informações para os três grandes grupos tecnológicos dos EUA, bem como para a plataforma global de acomodações Booking, sob poderes concedidos pela Lei de Serviços Digitais para combater fraudes financeiras.

“Vemos que cada vez mais ações criminosas estão ocorrendo online”, disse Virkkunen. “Temos que garantir que as plataformas online realmente façam todos os esforços para detectar e prevenir esse tipo de conteúdo ilegal”.

A medida, que posteriormente poderia levar a uma investigação formal e potenciais multas contra as empresas, surge em meio a tensões transatlânticas sobre o conjunto de regras digitais da UE. O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou punir países que “discriminam” empresas americanas com tarifas mais altas.

Virkkunnen enfatizou que a comissão analisa as operações de empresas individuais, e não onde elas estão sediadas. Ela examinará como a Apple e o Google estão lidando com aplicativos falsos em suas lojas de aplicativos, como aplicativos bancários falsos.

Ela disse que os reguladores também analisariam resultados de busca falsos nos mecanismos de busca do Google e do Bing da Microsoft. O bloco quer ter mais informações sobre a abordagem que a Booking Holdings, cuja maior subsidiária Booking.com está sediada em Amsterdã, está adotando em relação a anúncios falsos de acomodações. É a única empresa com sede na Europa entre as quatro que serão examinadas.

A chefe de tecnologia da UE disse que as perdas com fraudes online ultrapassam 4 bilhões de euros anualmente em todo o bloco. Ela disse que fraudes financeiras podem causar problemas mentais, enquanto o avanço da inteligência artificial tornou a detecção da prática mais desafiadora.

A ação de Virkkunen segue uma investigação em andamento sobre o Facebook e o Instagram da Meta por possíveis violações da Lei de Serviços Digitais —uma lei histórica projetada para fiscalizar como os gigantes da tecnologia operam online— para sinalizar conteúdo ilegal.

Bruxelas também está investigando se as empresas chinesas Temu e Shein cumprem a legislação quando se trata de lidar com produtos ilegais em seus marketplaces.

Depois de focar nos últimos meses na proteção de menores, compras online e integridade eleitoral, o combate a fraudes financeiras seria uma nova prioridade sob a Lei de Serviços Digitais, disse Virkkunen.

Bruxelas está enfrentando críticas por bater os pés na aplicação de seu conjunto de regras digitais, especialmente sua investigação sobre a plataforma X (ex-Twitter) de Elon Musk. Esperava-se que Bruxelas finalizasse sua investigação sobre a plataforma de mídia social ainda neste ano.

Sem discutir investigações específicas, a política finlandesa disse que havia muitas investigações da lei em andamento e que “nas próximas semanas e meses seremos capazes de tomar decisões”.

Sob a Lei de Serviços Digitais, empresas que não conseguirem conter conteúdo ilegal e desinformação enfrentam penalidades de até 6% de seu faturamento global anual.

Consultor Júridico

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